Sabemos que o processo de recrutamento não é tão simples, mas a boa notícia é que ele pode ser feito dentro da própria empresa, pelo chamado recrutamento interno.
Os talentos podem estar mais próximos do que você imagina, eles só precisam de uma chance para se desenvolverem.
Não raro, as empresas olham avidamente para o mercado de trabalho em busca das opções disponíveis assim que abre uma nova vaga. A pressa em preenchê-la com o profissional mais capacitado, com aquele MBA mais arrojado, faz com que os próprios colaboradores sejam postos de lado.
Claro, essa não é uma postura totalmente inadequada. Mas, e se dissermos que realizar o recrutamento interno é uma excelente forma de motivar os seus colaboradores e fidelizar os talentos que você já possui?
Agora você ficou mais interessado, não é? Pois, neste texto falaremos tudo sobre o recrutamento interno, desde o seu conceito até como fazer de forma efetiva!
Continue lendo e aproveite ao máximo este conteúdo. Vamos lá?
O que é recrutamento interno
A definição de recrutamento interno nos diz que trata-se do processo pelo qual a empresa avalia os próprios colaboradores a fim de preencher uma vaga aberta.
Muitos gestores associam a contratação de novas pessoas como uma forma de oxigenar a empresa…
No fim, eles estão certos. Contudo, para alguns colaboradores isso pode ser visto como uma obstrução da sua progressão de cargos e salários.
Afinal de contas, se existe um público interno interessado naquela vaga, por que não dar a chance de preencher essa vaga internamente?
Existe sempre a possibilidade de as skills procuradas não serem encontradas entre o público interno.
Algumas vezes a empresa está crescendo, precisa abrir um novo setor rapidamente e não há tempo hábil, por isso é preciso trazer uma pessoa com alguma experiência na área.
Apesar desse cenário, o recrutamento interno é o normalmente utilizado por empresas que preferem desenvolver os seus colaboradores, afinal de contas, eles já estão inseridos na cultura organizacional e já têm um local na equipe.
Tipos de recrutamento interno
Para finalizar essa parte de conceituação, falaremos também a respeito dos três tipos de recrutamento interno. Veja abaixo!
Recrutamento informal
O recrutamento informal acontece quando o RH precisa preencher uma vaga, contudo, não abre uma concorrência pelo cargo.
Esses são os casos das promoções que acontecem dentro de um mesmo time. Suponhamos que um gestor tenha se desligado da empresa, um colaborador dessa mesma equipe pode assumir esse local.
Divulgação da vaga
Nessa forma de recrutamento interno, a vaga é disputada formalmente por todos os interessados.
O time de RH faz toda a divulgação com os requisitos necessários para o cargo e os colaboradores se candidatam.
Você já consegue imaginar o quanto esse tipo de competição interna pode afetar o time, não é? Mais à frente falamos sobre isso.
Reenquadramento no plano de carreira
Essa forma de processo seletivo interno é para empresas mais organizadas e que têm um plano de cargos e salários definido.
Assim, as vagas são somente divulgadas para indivíduos que naturalmente seriam promovidos para o cargo em questão.
Agora que o conceito de recrutamento interno e suas variantes já estão explicados, vamos adentrar mais a fundo e descobrir como as empresas lidam com essa questão.
Por que fazer recrutamento interno
Se você ainda pensa que o recrutamento interno não é uma boa ideia e que trazer novas pessoas é sempre bem-vindo, te apresentamos três motivos para você repensar. Confira!
1. Os candidatos já conhecem a empresa
Uma das tarefas mais árduas da contratação é ambientar os novatos, apresentá-los aos colaboradores do time e explicar a cultura e rotina da empresa.
Isso faz com que a integração desse indivíduo seja bem mais lenta e demande muito mais horas de trabalho do RH e outros times.
Quando já se conhece o candidato, não há questões sobre o seu comprometimento ou mesmo sobre a qualidade do seu trabalho.
2. O processo custa menos
Economizar horas de trabalho do RH também significa economizar dinheiro da empresa.
É importantíssimo sempre ter em mente que horas de trabalho dedicadas à integração de um novo membro são horas que poderiam ser dedicadas a outras atividades.
Tendo em vista que o RH é um setor cada vez mais estratégico dentro das empresas, essas horas são valiosas e importantíssimas para tocar diversas outras ações.
O colaborador que vem de dentro da empresa não precisa passar por uma série de treinamentos.
Mas não é somente isso, todas as burocracias relacionadas ao processo de seleção e recrutamento também são custosos.
3. As atividades não ficam paradas
Não é incomum que as empresas cometam o erro de colocar toda a logística de algumas operações em um indivíduo.
Acontece que, por conta disso, caso o colaborador saia, essa rotina de trabalho fica completamente parada.
Contar com profissionais internos para novas vagas faz com que essas rotinas não sejam esquecidas, já que ele pode continuar o seu trabalho ou mesmo treinar um colega para que o faça.
Gestão comportamental e recrutamento interno
A gestão comportamental é um assunto bastante recorrente aqui no blog, afinal de contas, é um dos grandes trunfos do RH.
Realizar esse tipo de análise e gestão é muito mais simples em um cenário de seleção interna, uma vez que o RH já está familiarizado com os indivíduos interessados na vaga.
Assim, traçar um perfil comportamental é muito mais simples e traz insights valiosos tanto para o time de RH quanto para o gestor na hora de escolher o colaborador certo.
A necessidade de determinar o perfil comportamental do colaborador fica clara quando pensamos em um processo de seleção para cargos de gestão, por exemplo.
Boa parte dessas seleções internas acontece para preencher um cargo de coordenação ou gerência, contudo, é claro que nem todas as pessoas têm perfil de liderança.
Promover esses indivíduos pode criar um time disfuncional, prejudicar o setor e, consequentemente, a empresa.
O time de RH responsável por realizar a seleção pode utilizar uma série de ferramentas a fim de desvendar o perfil do colaborador e compará-lo às competências procuradas.
As vantagens do recrutamento interno
Compreenda um pouco mais sobre os benefícios do recrutamento interno para a sua empresa!
1. Familiaridade com a empresa
Já falamos sobre isso, mas vale a pena reforçar. Preencher vagas com indivíduos que já estão inseridos na realidade da empresa é muito mais simples por diversos motivos:
- já conhecem os colegas de trabalho;
- já compreendem as operações da empresa;
- têm uma noção básica das atividades dos demais setores etc.
Em outras palavras, esses colaboradores têm um fit cultural garantido, afinal de contas, se ele continua fazendo parte do time é porque a cultura e os valores ressonam com ele de alguma forma.
2. Valorização dos colaboradores
Optar pelo capital interno é uma forma bastante poderosa de valorizá-los. Por meio do recrutamento interno, você passa uma mensagem clara:
Preferimos qualificar a mão de obra dos nossos colaboradores em vez de procurar por profissionais qualificados fora da empresa.
Como um bom colaborador do RH, você já imagina o impacto que isso tem na cultura interna, não é mesmo?
3. Agilidade no processo
Nem sempre é possível esperar semanas ou mesmo meses do processo de seleção e recrutamento tradicional para preencher uma vaga.
Detalhes como a trajetória profissional do colaborador já estão com o RH, por isso é importante ter todas as informações atualizadas antes de começar o processo.
Isso facilita a análise e pode até mesmo determinar o tipo de recrutamento ideal para o momento.
Muitas vezes, uma promoção simples é a melhor forma de lidar com a situação.
4. Viabilidade do plano de carreira
Um dos grandes motivadores dentro de uma corporação é a possibilidade de crescer dentro da empresa.
Dessa forma, o recrutamento interno é a forma perfeita para viabilizar o desenvolvimento e cumprimento dos planos de carreira.
Assim, os colaboradores veem claramente que a sua dedicação à empresa tem, sim, um objetivo futuro.
5. Aumento da retenção de talentos
Um local que valoriza os colaboradores, dando a eles a oportunidade de cargos cada vez mais altos, lhe parece um bom local para trabalhar?
Pois é, certamente os seus colaboradores terão a mesma impressão, o que contribui para a sua permanência na empresa.
Dessa forma, os talentos não serão facilmente seduzidos pelos hunters de outras empresas.
Além disso, o recrutamento interno também é um fator importantíssimo na motivação do time.
Desvantagens do recrutamento interno
Evidentemente, como nem tudo é um mar de rosas, também existem algumas desvantagens ao optar pelo processo seletivo interno.
Veja abaixo alguns pontos que precisam ficar no radar do RH:
- o colaborador pode criar muitas expectativas com promoção ou mudança de função, prejudicando a sua performance no cargo atual;
- o processo pode desencadear rivalidade entre os colaboradores, por isso o processo deve ser transparente;
- nem sempre um bom desempenho em um cargo é válido para outro;
- algumas vezes, a oxigenação do “sangue novo” faz muito bem para o time;
- esse tipo de seleção restringe o número de candidatos para a vaga;
- pode deixar um espaço vazio caso não tenha um plano claro de sucessão.
Esses são somente alguns exemplos. Relações humanas são complicadas — e isso o RH pode atestar.
Sendo assim, fique atento a qualquer sinal de insatisfação decorrente desse processo.
Passo a passo para fazer um recrutamento interno eficiente
Tenha as informações dos funcionários atualizadas
Aqui, ter as informações dos colaboradores atualizadas é importantíssimo, configurando o primeiro passo do processo.
É possível averiguar quem fez cursos de especialização, aprendeu novos idiomas ou desenvolveu novas habilidades úteis para o cargo disponibilizado.
Lembre-se sempre da importância de validar todas essas novas habilidades e experiências, seja pelo pedido de um certificado ou mesmo ligando para a empresa onde o colaborador trabalhou anteriormente para perguntar sobre seu tempo lá.
Espalhe a notícia da vaga
Chegou a hora da divulgação! É primordial que todos da empresa fiquem a par da seleção interna.
É aqui que as habilidades de endomarketing do setor de RH são postas a prova.
O desafio é deixar a comunicação interessante, realmente vender essa oportunidade de mudar de funções.
Convoque os candidatos selecionados
É fundamental que a convocação de todos os selecionados seja feita de forma discreta, afinal de contas, esse tipo de seleção pode estimular algum sentimento de competição, e a última coisa que você deseja nesse momento é jogar gasolina nessa fogueira.
Algo que pode ajudar a apaziguar alguns ânimos são feedbacks detalhados sobre o porquê de não terem sido convocados para as entrevistas e os testes.
Teste se o candidato tem as habilidades necessárias
Chegou a hora de chamar os candidatos para as salas de entrevistas e começar os testes comportamentais.
A etapa de entrevistas e testes ajuda a entender se o indivíduo interessado tem as habilidades necessárias para a vaga em questão.
Esse é um momento de mudança de função e atribuições, por isso é normal que os colaboradores fiquem um pouco perdidos.
Dê um feedback ao final da seleção
O fim da seleção é o momento de um segundo feedback, dessa vez para todos os candidatos que foram convocados para as entrevistas, mas não conseguiram a vaga.
Um processo transparente faz toda a diferença para que os colaboradores sintam-se respeitados durante as etapas da seleção interna.
Não somente, caso os demais profissionais sintam que o processo foi injusto, a adesão a futuros recrutamentos internos tende a ser baixa.
Boas práticas para o recrutamento interno
Existem algumas boas práticas que devem ser aplicadas pelo setor de RH a fim de garantir que o processo de seleção interna não gere as desvantagens que falamos acima.
Algumas dessas boas práticas estão descritas abaixo. Acompanhe!
Divulgar amplamente todas as vagas
Algo que pode afetar negativamente a credibilidade do processo de seleção — logo, da empresa e do RH — é a falta de transparência no processo.
Mencionamos isso diversas vezes durante o texto, mas ainda assim vale reforçar. Tudo deve ser divulgado de forma que todos fiquem inteirados sobre o que está acontecendo.
Uma exceção à regra é o caso de vagas cujas exigências restrinjam o número de colaboradores que podem se candidatar.
Mas, ainda assim, é necessário ter muito cuidado para que todos os interessados sejam propriamente informados.
Não impedir contratações externas
É importante que a ênfase ao recrutamento interno não ofusque a busca por pessoas de fora da empresa.
Muitas vezes, a empresa simplesmente não conta ainda com as skills necessárias para o cargo e é, sim, necessário buscar fora.
Não somente, a visão de uma pessoa que está completamente fora do dia a dia pode vir a agregar de forma que um colaborador com anos de carreira não saberia. Um exemplo prático é a experiência em outras empresas do segmento.
Use as ferramentas adequadas
O uso de ferramentas modernas é algo que defendemos bastante aqui no Tangerino.
Não é à toa que oferecemos uma solução de ponto digital que pode ser completamente gerenciada de um smartphone sem perder qualidade.
No RH isso não é diferente, tanto que ouvimos sempre conceitos como o RH 4.0 correndo pelos corredores.
Dessa forma, utilize sempre ferramentas que permitam classificar e filtrar informações relevantes como possíveis cursos que os colaboradores fizeram recentemente.
Conteúdo Original Blog Tangerino