O futuro pede ‘produtos inacabados’

Kazuhiro Tsuga, presidente mundial da Panasonic falou ontem para uma plateia de cinco mil pessoas na abertura da comemoração do aniversário de 100 anos da companhia “O futuro é de aparelhos inacabados, que vão evoluir para se adaptar ao usuário. Temos que acabar com a era do produto que fica defasado com o novo que é lançado”.

O futuro pede produtos inacabados

Comprar um produto eletrônico, usá-lo por um período e depois substituí-lo por outro é o jeito que o mercado sempre funcionou. Mas não como ele deve continuar funcionando.

Tsuga apresentou o conceito dos produtos inacabados como uma parte do caminho para os próximos 100 anos da companhia. “Nós pensávamos dessa forma [na troca constante de produtos] porque tínhamos pensamento de escala, que era mais fácil e mais lucrativo.

Mas se essa é a unica estratégia que você tem, você tem que pensar novas formas de fazer negócio”, disse.



Um dos exemplos é a cooperação com duas empresas chinesas para a construção de casas pré-moldadas ou em contêineres, que podem ser usadas em canteiros de obras, situações de emergência, ou mesmo como casas de veraneio móveis.

No outro caso, com uma rede de fast-food também da China, está sendo desenvolvido um conceito de restaurante inteligente, que usa dados para criar refeições personalizadas e braços robôticos que ajudam a separar ingredientes para preparo dos pratos.

Há seis anos no comando da Panasonic, Tsuga tem trabalhado para reduzir a dependência do consumidor final (B2C) e aumentar os negócios com empresas (B2B), que hoje são 15% da receita.

Das tecnologias que estão sendo desenvolvidas para ampliar essa fatia estão em exibição: Casas e cidades conectadas – como os projetos que estão sendo desenvolvidos em Fujisawa e Tsunashima -; veículos elétricos e autônomos para transporte de passageiros e de cargas; e processos de manufatura e lojas que operam com dados sobre a movimentação de consumidores e a disponibilidade de produtos estão entre os conceitos que a companhia pretende colocar no mercado nas próximas décadas.

Em um dos pavilhões, uma mini-exposição no estilo feira de ciências apresenta outra linha na qual a Panasonic trabalha para buscar novos negócios: o fomento a startups.

Na lista estão uma bengala inteligente, que se comunica com seu usuário e o ajuda a se localizar e o estimula a fazer mais exercício; uma estufa pequena que pode ser usada para plantio de legumes e verduras dentro de casa e um aparelho de clareamento dental que usa água e gás carbônico.

Fonte: Valor Econômico