O empreendedorismo tem sido, sobretudo para as mulheres, uma ferramenta importante de transformação social. De acordo com o Sebrae, entre os anos de 2017 e 2018, a proporção de mulheres empreendedoras “chefes de domicílio” passou de 38% para 45%.
Pouco a pouco, elas vêm aumentando a participação no universo empreendedor. Hoje já são 24 milhões, frente aos cerca de 28 milhões de empreendedores homens, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor.
Em termos de performance, as mulheres também não têm decepcionado. Um levantamento promovido pelo fundo de investimento americano First Round revela que empresas que contam com mulheres entre seus sócios-fundadores têm performance 63% melhor comparadas àquelas cuja sociedade é integralmente masculina.
Já os dados da Business Insider indicam aumento na lucratividade na ordem de 12% em empresas de tecnologia com liderança feminina, em comparação às lideradas por homens.
Um longo caminho a conquistar
Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, o mundo pôde acompanhar novos exemplos de como uma liderança feminina consegue ser potente.
Países governados por mulheres – como a Alemanha, de Angela Merkel, e a Nova Zelândia, de Jacinda Arden – apresentaram melhor controle da doença do que outras potências globais governadas por homens.
Porém, apesar dos evidentes bons resultados, ainda há muito a ser trilhado para que seja atingida a equidade de gênero.
O relatório ‘Women in Business 2020 aponta que, atualmente, as mulheres ocupam apenas 29% dos cargos de liderança em empresas de todo o mundo.
Apesar de já ser um avanço em relação aos 22% registrados em 2015, o índice não é o suficiente. Além disso, o Sebrae aponta que donas de negócios ganham 22% a menos que homens.
Uma jornada, muitas frentes de trabalho
Mulheres que empreendem também passam por dificuldades específicas que muitos empreendedores homens não vivenciam, especialmente pela dupla função – que exige uma divisão entre a vida de chefe de negócio e dona de casa.
De acordo com o Instituto Rede Mulher Empreendedora, 59% das empreendedoras são casadas, 52% delas têm filhos e investem 24% mais tempo à casa e aos filhos do que os homens. A mulher empreendedora é, portanto, essencialmente multitarefas.
Cercar-se de exemplos e fontes de inspiração pode ser um combustível importante para enfrentar as dificuldades dessa trajetória.
Para Renata Spallicci, empresária de 38 anos, o conhecimento é uma ferramenta valiosa para mulheres que enfrentam os desafios do empreendedorismo.
Incontestavelmente multitarefas, ela desafia as 24 horas do dia: além de ser diretora de Assuntos Corporativos da Apsen Farmacêutica – empresa que ganhou destaque recentemente pela produção da hidroxicloroquina, Renata atua como coach, escritora, palestrante, atleta de fisiculturismo e ainda é rainha de bateria da Barroca Zona Sul, escola de Samba de São Paulo.
Ela acredita que manter-se capacitada e informada sobre as atualizações do mundo dos negócios é essencial a todas as mulheres, seja para aquelas que têm o objetivo de crescer na carreira ou, principalmente, para as que desejam começar a empreender.
“A informação sempre foi a chave para qualquer coisa que pensemos fazer. Conteúdo de qualidade ensina, inspira e empodera.
Começo o meu dia lendo as notícias em diversos portais e busco sempre referências de assuntos do meu mercado de atuação em sites internacionais e grupos de discussão”, revela Spallicci.
Para Samia Melikian, mentora de comunicação e autoconhecimento, algo importante que toda mulher empreendedora deve fazer é separar algumas fontes e referências que melhor se enquadrem com os seus ideais e princípios.
“Consumir conteúdo de qualidade está intimamente ligado com quem eu quero seguir e quem é minha referência”, afirma.
A fim de otimizar o tempo e potencializar o nível de informação, escolher conteúdos de qualidade, que dialoguem com a vida da empreendedora, faz toda a diferença. Nesse cenário, apostar no que é produzido exclusivamente por e para mulheres é o ideal.
“A conexão que a gente faz dentro de um grupo de mulheres empreendedoras é engatilhada pela identificação.
Não só com as dores, como também com o sucesso, a caminhada, a experiência de cada uma”, completa Melikian.
Para as que desejam encontrar conteúdos de qualidade ou expandir as fontes de informações sobre empreendedorismo feminino, a lista a seguir traz oito exemplos de sites de sucesso escritos por mulheres.
1 Renata Spallicci
Renata Spallicci não só consome, mas produz conteúdo voltado ao público empreendedor feminino.
Em seu site, a empresária aborda assuntos como desenvolvimento pessoal e profissional, autoconhecimento, além de compartilhar dicas sobre como conciliar todas as demandas de uma rotina verdadeiramente multitarefas.
2 Mulheres Empreendedoras
Criado em 2016, o Mulheres Empreendedoras é um dos mais conhecidos no país quando o assunto é empreendedorismo.
Visa difundir conhecimento sobre a área, além de orientar e apoiar mulheres que empreendem. Nos posts, há desde dicas sobre carreira, tendências de mercado até mensagens motivacionais.
3 Itaú Mulher Empreendedora
Organizado pelo banco, o Itaú Mulher Empreendedora publica artigos semanais sobre gestão e finanças. Além disso, compartilha histórias inspiradoras de mulheres que conseguiram achar seu lugar no universo do empreendedorismo.
O site estimula também o senso de comunidade: no espaço, é possível criar um login para trocar ideias e formar parcerias com outras empreendedoras.
4 Academia das Mulheres de Sucesso
O Academia das Mulheres de Sucesso afirma que nasceu para auxiliar mulheres modernas a terem êxito em todos os núcleos de suas vidas.
O site oferece materiais que tratam tanto dos problemas da vida profissional, quanto da vida pessoal da mulher, como questões referentes ao lar e a família.
5 Rede Mulher Empreendedora
Agora, a mulher empreendedora, além de trabalhar em esquema home office se divide entre as obrigações do negócio e o cuidado com a casa e os filhos durante a pandemia mundial.
Desafios como estes são os motes do blog da Rede Mulher Empreendedora, que fala sobre as muitas dificuldades enfrentadas pelas empreendedoras. O portal conta com artigos e notícias sobre o nicho.
6 Movimento Black Money
Segundo o Sebrae, uma empreendedora negra recebe, em média, menos da metade do que ganha um homem branco.
Por isso, falar sobre o empreendedorismo negro é essencial. O site do Movimento Black Money, apesar de não ser destinado apenas às empreendedoras, traz dicas de finanças, marketing e, claro, empreendedorismo – principalmente no meio digital – que podem ser úteis para todas as mulheres.
7 Marie Curie Box
O site Marie Curie Box possui uma proposta diferente: trata-se de um clube de assinaturas, no qual, mensalmente, recebe-se um livro, um guia de leitura e uma revista com entrevistas exclusivas.
A curadoria é feita por grandes líderes femininas do país. Já passaram pelo Marie Curie nomes como Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, e Adriana Ferreira, gerente na IBM.
8 Vida Organizada
Criado por Thais Godinho, o Vida Organizada é atualizado com informações e dicas para auxiliar na organização de vários campos da vida, incluindo a arrumação da casa.
Pode ser útil para mulheres que precisam de ajuda no planejamento da rotina, principalmente para as que trabalham de casa, o que costuma ser uma realidade comum entre muitas empreendedoras.
Por Renata Spallicci
Conteúdo Original Jornal Contábil