Inteligência emocional: como ela afeta a produtividade?

Quem nunca presenciou uma cena ou até mesmo já perdeu o controle de suas emoções no local de trabalho que atire a primeira pedra. O ambiente corporativo é bastante desafiador e saber gerir os próprios sentimentos é peça-chave para o sucesso profissional. Inclusive, inteligência emocional virou uma das habilidades mais requisitadas pelo mercado.

Ainda mais importante que as capacitações técnicas, o comportamento do profissional no dia a dia impacta todos os processos dentro organização, desde a relação com os colegas até a forma como ele lida com a pressão durante uma crise. Por isso, as empresas estão cada vez mais atentas às pessoas que são inteligentes emocionalmente. 

Para quem lida com Recursos Humanos é ainda mais importante saber como administrar as próprias emoções e como despertar essa busca nos colaboradores e gestores.

Quer entender como isso afeta a produtividade e como fazer da inteligência emocional uma aliada na empresa? Acompanhe e saiba como elevar o potencial de cada um!

O que é inteligência emocional?

Inteligência emocional: como ela afeta a produtividade?

Inteligência emocional (IE) é a habilidade de entender e gerir as próprias emoções e compreender as dos outros para, a partir disso, conseguir lidar melhor com cada situação. O conceito de inteligência emocional deve ser aplicado em todas as áreas da vida, seja em aspectos pessoais ou profissionais.

Porém, como sabemos, o ambiente de trabalho é onde passamos boa parte do nosso dia — e da vida — e nele lidamos com pessoas diferentes e em contextos complexos. A arte de ser inteligente emocionalmente acaba sendo extremamente importante de ser aprendida, principalmente na área de gestão de pessoas. 

Como surgiu a inteligência emocional?

A inteligência emocional é uma habilidade que já vem sendo estudada há muitos anos por especialistas em ciência, psicologia e comportamento humano, mas é uma competência cada vez mais necessária de se desenvolver em todas as nossas relações nos dias de hoje. 

Ainda que os primeiros estudos sejam mais antigos, essa é uma área que sempre está sendo avaliada por pessoas no mundo todo. Desde o cientista Charles Darwin, passando pela psicometria (área da psicologia que utiliza métodos de análise estatística) de Robert L. Thorndike até o jornalismo científico de Daniel Goleman, a IE está sempre em foco.

Charles Darwin foi o primeiro a abordar sobre inteligência emocional, ainda no século XIX. Para ele, se expressar emocionalmente era necessário para a sobrevivência e adaptação das pessoas. Contudo, os estudos do biólogo foram transformados a partir da percepção de novos especialistas. Veja as concepções de alguns dos principais.

Os conceitos de Salovey & Mayer

Em 1990, ainda na fase inicial dos estudos sobre IE, o psicólogo e professor da Universidade de Yale, Peter Salovey, e o pós-doutorando na época, John D. Mayer, elaboraram o conceito de inteligência emocional como o “monitoramento dos sentimentos e emoções em si mesmo e nos outros, na discriminação entre ambos e na utilização dessa informação para guiar o pensamento e as ações”.

Essa concepção foi revisada em 1997 e reformulada com base nos novos estudos sobre o assunto. Então, para eles, a IE foi então definida como: 

a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual”. (Mayer & Salovey, 1997, p. 15)

Para tornar mais fácil a compreensão, os estudiosos dividiram a inteligência emocional em quatro níveis:

  1. percepção, avaliação e expressão da emoção;
  2. emoção como facilitadora do pensamento;
  3. compreensão e análise das emoções e emprego do conhecimento emocional;
  4. controle reflexivo das emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.

Porém, como você verá a seguir, esses conhecimentos foram primordiais para embasar novos estudos a partir da evolução da sociedade, como foi o caso das pesquisas de Daniel Goleman, o autor mais conhecido sobre esse assunto e que desdobrou as pesquisas existentes nos conceitos a seguir.

O conceito de Goleman

Para Goleman, qualquer indivíduo pode desenvolver inteligência emocional, pois isso não é algo genético, mas, sim, que pode ser aprendido. Por isso, o autor — que é considerado o pai da inteligência emocional — afirma que temperamento não é destino. 

A partir do autoconhecimento é possível (e até um dever) gerir as emoções com o objetivo de ter mais qualidade de vida e relacionamentos mais saudáveis. Além disso, para Goleman, pessoas que sabem se relacionar com as outras são afetuosas, compreensivas e gentis, tendo mais chances de crescerem e obterem sucesso no ambiente corporativo.

Além de psicólogo, Daniel Goleman é também escritor e jornalista, PhD na Universidade de Harvard, onde foi professor. Em sua vasta experiência, publicou diversos livros ao longo da carreira sobre o assunto, sendo os mais famosos o “Inteligência emocional” (1995) e “Trabalhando com a inteligência emocional” (2000).

Na visão do especialista, é a IE quem determina o sucesso ou o fracasso das pessoas. Tanto é que, segundo ele, o quociente intelectual (famoso QI) tem participação de apenas 20% para indivíduo. O quociente emocional (QE) corresponde aos 80% restantes, sendo o fator principal a ser trabalhado em prol das conquistas.

O psicólogo separou a IE em cinco habilidades que são divididas em aspectos intrapessoais e interpessoais. Ou seja, o reconhecimento de emoções próprias e de terceiros e como lidar com elas, já que não podemos gerenciar os sentimentos dos outros, apenas reconhecer e administrar as situações a partir disso. Entenda melhor a seguir.

Os 5 domínios da inteligência emocional

Os 5 dominios da inteligencia emocional

Como Goleman é um dos mais reconhecidos especialistas em inteligência emocional, seus conceitos sobre o assunto são internacionalmente estudados e muito utilizados para embasar questões acerca do assunto. Veja abaixo os 5 domínios propostos por ele.

1. Autoconhecimento

Essa é a primeira habilidade intrapessoal. É saber reconhecer as próprias emoções e os sentimentos e o motivo de eles ocorrerem. Para o autor, conhecer a si mesmo é o primeiro passo para uma pessoa se tornar mais inteligente emocionalmente. Só a partir daí é que ela será capaz de controlar a si mesma e compreender os outros.

2. Controle emocional

Controlar as emoções nem sempre é fácil, e sabemos que no ambiente de trabalho esse é um desafio ainda maior. Segundo Goleman, é possível ser mais feliz no trabalho se você souber lidar com seus próprios sentimentos e adequá-los às diversas situações do dia a dia. 

Imagine se todo mundo que sentisse raiva saísse batendo nas pessoas ou se você falasse na frente de um colega de trabalho (ou de pessoas com as quais não tem um bom relacionamento) tudo o que pensa sobre ele? A convivência humana seria um verdadeiro caos, concorda?

3. Automotivação

Para Goleman, a automotivação é um pilar essencial da inteligência emocional. Quando você entende suas emoções e seus sentimentos, é muito mais fácil utilizá-los a favor da motivação pessoal com o objetivo de conquistar ou realizar algo. 

A partir do entendimento de quais são seus desejos pessoais, é possível definir suas metas, traçar estratégias para alcançá-las e se manter engajado nesse propósito. Assim, o indivíduo aumenta também a autoconfiança e a autoestima. E quando o assunto é trabalho, essa é uma característica essencial para obter o sucesso.

4. Reconhecimento das emoções nos outros

Agora, vamos citar as habilidades interpessoais, pois tão importante quanto reconhecer os seus sentimentos é identificar isso nas outras pessoas e ter empatia por elas. Um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que se preocupa genuinamente com os outros e sabe contornar as situações quando há confronto com os sentimentos alheios.

5. Habilidade de relacionamento

Para finalizar a lista, temos a habilidade em relacionamentos interpessoais. Essa é a capacidade de interagir com outras pessoas de maneira saudável e saber tirar o melhor proveito disso para conviver bem com elas. Dessa forma, conseguimos potencializar as competências sociais de cada indivíduo.

Por que é importante desenvolver a IE

O Brasil é o país com mais pessoas ansiosas no mundo, com mais de 18 milhões de brasileiros que convivem com transtornos de ansiedade, você sabia? Uma das possíveis causas é a falta de educação sobre como se tornar forte emocionalmente para enfrentar as situações e saber lidar com sentimentos e pessoas diferentes.

Ter consciência, desde cedo, das emoções que podem nos afetar e entender como é possível administrá-las é essencial para ter uma boa saúde mental e garantir mais qualidade em todas as áreas da vida. 

Nos relacionamentos a todo momento com uma diversidade de culturas, ideias e personalidades, seja na área afetiva, profissional ou social, e isso requer saber lidar com os diversos cenários.

Além disso, somos sempre colocados à prova para resolver várias questões no dia a dia: perda de uma pessoa querida, de um emprego, com a falta de dinheiro, um assalto, um acidente, um gestor difícil de se relacionar. Assim como coisas positivas que também precisam ser bem administradas, como uma promoção no trabalho ou um aumento.

Saber gerir bem o lado emocional é a chave para qualquer pessoa ter melhores relacionamentos, e no trabalho não é diferente. Pelo contrário, esse é um dos campos mais desafiadores e que nos pede autocontrole diariamente.

Dissemos anteriormente que o QI já não é a habilidade mais desejada, porém, é importante entender que ele deve andar junto do QE, pois só assim o profissional conseguirá obter o tão sonhado sucesso no mercado de trabalho. Ambos formam o equilíbrio fundamental e não são opostos, porém, devem ser direcionados de formas diferentes.

Sem ter inteligência emocional, dificilmente um trabalhador altamente qualificado se dará bem com seus colegas, com os gestores ou saberá lidar com o recebimento de feedbacks negativos sobre o seu trabalho ou com crises internas ou externas.

Da mesma forma, é essencial que um profissional com alto QE também tenha habilidades técnicas para desempenhar o seu trabalho. Porém, é mais fácil alguém inteligente emocionalmente aperfeiçoar suas hard skills e alcançar novos voos do que alguém com alto QI, mas que não sabe lidar com pessoas e nem gerir suas emoções, desenvolver seu QE.

O que é ter inteligência emocional no trabalho?

Até alguns anos, a inteligência intelectual e as capacitações técnicas de um trabalhador eram as habilidades mais desejadas pelas empresas e mais enfatizadas nos processos de recrutamento e seleção. Porém, as pessoas começaram a perceber que isso já não era o mais importante.

Uma frase muito relevante sobre o assunto passou a ser adotada no mercado de trabalho, pois reflete exatamente a realidade, tanto para empresas quanto para profissionais: contrata-se pelo currículo, demite-se pelo comportamento.

Isso quer dizer que por melhores que sejam os conhecimentos técnicos, por mais que tenha estudado nas melhores universidades, feito os melhores cursos da sua área ou ter vasta experiência no mercado, nada disso adianta se um profissional não sabe gerir suas emoções com inteligência.

Então, baseando-se nos cinco domínios da inteligência emocional que vimos, podemos dizer que ser inteligente no trabalho é saber reconhecer as próprias emoções, ter controle sobre elas, manter a automotivação, compreender as outras pessoas e saber como gerir as situações em prol do bem-estar, da harmonia e dos resultados no ambiente corporativo.

Quanto à primeira habilidade da IE (autoconhecimento emocional), uma atitude emocionalmente inteligente no trabalho é quando o profissional sabe quais são os motivos que o fizeram desanimar com suas atividades. Por conhecer-se bem, ele consegue identificar se precisa de novos desafios ou se está trabalhando em excesso, por exemplo.

Já em relação ao controle emocional, uma situação é quando um colaborador aguarda muito por uma promoção e ela acaba sendo frustrada, pois o seu colega foi promovido no seu lugar. Nesse caso, uma pessoa inteligente emocionalmente saberá gerir melhor a sua indignação, raiva ou tristeza para não afetar o ambiente ou ainda piorar a circunstância.

Por fim, um exemplo de reconhecimento das emoções das outras pessoas pode ser visto quando um gestor percebe que alguém do seu time está insatisfeito, frustrado, cansado ou irritado por algum motivo e o procura para entender o que está se passando para tentar ajudá-lo.

Ter inteligência emocional no trabalho é também ser resiliente, saber contornar os desafios, tentar se manter motivado diariamente e ter jogo de cintura para lidar com o que pode surgir na empresa — com colegas de difícil relacionamento, por exemplo — ou no mercado, e administrar isso da melhor forma possível.

Quais são os benefícios da inteligência emocional?

Trabalhar a IE internamente garante uma série de benefícios tanto para a empresa, que terá colaboradores mais autônomos, conscientes de suas responsabilidades e maduros emocionalmente, quanto para os próprios empregados, que terão mais oportunidades de desenvolvimento. Entenda como ela pode ser uma grande aliada!

Melhora no clima organizacional

Um dos principais pilares da inteligência emocional é saber identificar as emoções dos outros e entender qual é a melhor forma de lidar com isso, certo? Ao perceber os sentimentos dos colegas de trabalho e agir com mais empatia, os colaboradores contribuem para um ambiente de trabalho mais harmonioso e gostoso de se conviver.

Isso acontece porque, ao conhecer a si próprio e aos outros, é possível compreender as situações, entender quais são as limitações de cada um, assim como o que pode ser dito ao colega. Além disso, é possível trabalhar de forma integrada, promovendo um bom clima organizacional. Assim, a empresa contar com relacionamentos internos mais saudáveis.

Mais produtividade e engajamento

Times que se conhecem bem também conseguem entender de que forma podem gerir melhor seu tempo, quais são as deficiências do trabalho e como é possível contribuir com o trabalho do outro para aumentar a produtividade da empresa.

Do ponto de vista individual, um profissional inteligente emocionalmente conhece suas limitações e sabe o quanto poderá produzir. Assim, consegue informar ao seu gestor se as metas estão agressivas para o momento ou se é capaz de entregar além do esperado, pois tem condições favoráveis para isso.

Menos ansiedade, estresse e depressão

Muitas vezes, o profissional está insatisfeito no trabalho, mas não sabe identificar bem qual é a causa. Pode ser pelo fato de estar entediado por realizar sempre as mesmas atividades, por ter desentendimentos constantes com os colegas ou por ganhar menos do que deseja.

Todos esses fatores podem causar depressão, estresse e ansiedade se o trabalhador não souber exatamente o que o faz feliz ou infeliz no trabalho e não gerenciar isso. E, como sabemos, colaboradores doentes emocionalmente também desenvolvem doenças ocupacionais, e isso é negativo para ambos os lados.

Tomadas de decisões com mais clareza

Todos os dias lidamos com desafios no ambiente de trabalho e, por menores que eles sejam, é preciso ter inteligência emocional para enfrentar ou decidir pela melhor solução. Pessoas com alto QE conseguem parar e analisar os cenários e ter mais clareza de raciocínio para tomar decisões.

Elas apresentam uma saída (ou alternativas) em vez de ficar remoendo os motivos que levaram ao problema. São profissionais que entendem que adversidades sempre vão surgir, por isso é preciso ter calma para agir estrategicamente e com rapidez diante do contexto.

Mais chances de crescimento e desenvolvimento profissional

Colaboradores mais inteligentes emocionalmente têm mais chances de desenvolver a liderança e o poder de negociação, seja com clientes ou com os colegas. Eles terão habilidades para ajustar prazos, tarefas e até valores de atividades com quem contrata os serviços da empresa.

Como o QE também ajuda a trabalhar o senso de responsabilidade, profissionais inteligentes nesse sentido desenvolvem, naturalmente, a autogestão visando as suas atividades e as entregas da empresa, aumentando, assim, seu potencial para se destacar internamente e alcançar novos patamares.

Melhor comunicação interna

Um dos pilares da inteligência emocional é a habilidade de se relacionar interpessoalmente e isso influencia muito no dia a dia de uma organização. Quem tem IE sabe que as pessoas podem entender uma mesma informação de formas totalmente diferentes, por isso, conhece a importância de se comunicar de acordo com o perfil de cada um.

Exemplo disso é quando um líder precisa cobrar por uma meta a ser alcançada pela equipe, mas sabe que ali existem pessoas que são mais sensíveis a feedbacks do que outras. Assim, pode-se reunir os profissionais em pequenas turmas e passar a mensagem de forma que cada um entenda efetivamente e receba de maneira positiva.

Como ela afeta o trabalho e a produtividade

A falta de um bom quociente emocional reflete em todos os comportamentos do indivíduo, e no trabalho isso pode ser percebido com mais intensidade, pois é um ambiente onde as pessoas convivem por mais tempo e lidam com situações das quais surgem emoções variadas.

Toda a empresa acaba sendo impactada por times formados por pessoas que não investem na busca da inteligência emocional; desde o colaborador até o gerente. Confira alguns exemplos de como uma baixa IE pode influenciar (e muito) a vida profissional:

  • má gestão do tempo para realizar as atividades necessárias;
  • falta de controle do próprio horário;
  • falta de controle da produtividade individual e da equipe;
  • necessidade de ser elogiado a todo momento para se sentir seguro;
  • necessidade de culpar ou punir alguém quando algo dá errado;
  • desvio da resolução do problema;
  • não cumprimento de metas e prazos;
  • responsabilização dos outros pelos próprios erros;
  • reclamação sempre que sua ajuda é solicitada;
  • ação por impulso, sem medir as consequências de seus atos;
  • especulação ou fofoca sobre o problema do colega;
  • baixa produtividade;
  • relação não amigável com a equipe;
  • desvalorização do trabalho do colega ou liderado;
  • comunicação ineficiente com a equipe;
  • irritabilidade ou violência ao menor sinal de desentendimento ou discordância de opiniões.

O que é possível desenvolver por meio da IE

Ao contrário dos vários impactos que acometem o dia a dia de quem não busca pela inteligência emocional, investir nessa habilidade permite se desenvolver em todas áreas da vida e transformar toda uma cultura comportamental para uma mindset de crescimento e evolução de forma colaborativa.

Veja abaixo uma lista de habilidades desenvolvidas por meio da IE:

  • mais resiliência;
  • melhor consciência organizacional;
  • melhor administração de conflitos internos;
  • melhor gerenciamento das relações com familiares, amigos e colegas de trabalho;
  • aumento do senso de liderança;
  • mais empatia e respeito pelo próximo;
  • mais autoconhecimento;
  • mais equilíbrio mental;
  • mais responsabilidade profissional.

6 atitudes para aumentar a sua inteligência emocional

Ao entender os impactos na vida pessoal e no trabalho quando uma pessoa não é madura emocionalmente e com tantos benefícios que a IE pode proporcionar, você já deve estar ansioso para aprender como identificar e aumentar a sua, certo? Abaixo, listamos algumas premissas básicas.

1. Preste atenção no seu corpo 

Essa é uma forma de se conhecer melhor e entender quais emoções tem sentido e como elas afetam o seu comportamento. O corpo apresenta muitos sinais durante o enfrentamento dos desafios como aumento da temperatura corporal durante uma discussão ou uma sensação ruim ao ouvir uma notícia. Tenha atenção a eles!

2. Busque pelo autoconhecimento e aceite suas emoções

Ioga e meditação são bons exercícios que ajudam na busca pelo autoconhecimento. O silêncio e a tranquilidade dessas atividades estimulam o cérebro a se conectar profundamente com as sensações. 

Ao conhecer o seu corpo e seu comportamento no dia a dia fica mais fácil aceitar suas emoções, sem negligenciá-las ou reprimi-las.

3. Respire fundo antes de tomar uma atitude

Sempre que se deparar com uma situação em que for preciso tomar uma decisão importante ou se quiser agir no calor do momento, pare, respire e pense antes de qualquer atitude. Se for uma ocasião de muito estresse, retire-se e fique sozinho por um tempo até esfriar a cabeça e conseguir fazer sua escolha.

4. Procure ter hábitos saudáveis

Muitas pessoas não gostam de rotina ou de ter uma disciplina muito regrada, mas saiba que ela auxilia na busca pelo autoconhecimento e no desenvolvimento da inteligência emocional. Dormir bem e nos mesmos horários, ter uma alimentação saudável, fazer atividades físicas e que estimulam o cérebro ajudam no bem-estar e na qualidade de vida.

5. Busque maneiras de se motivar todos os dias

Pode parecer clichê, mas adotar pensamentos positivos e buscar algo para se motivar diariamente são atitudes muito importantes para quem quer ser mais inteligente emocionalmente. Isso fortalece a autoestima e impulsiona a seguir em frente rumo aos seus objetivos.

6. Pense mais no outro

Ter empatia é uma das medidas essenciais para fortalecer o emocional. Por isso, tente se colocar no lugar do outro sempre que tiver oportunidade, não só no trabalho. Adote uma postura de mais empatia com a sua família, amigos e colegas e, sempre que possível, chame para resolver os problemas por meio de um diálogo.

Dicas de livros, filmes, exercícios e testes de IE

Além das ações práticas para serem executadas todos os dias, listamos outras dicas que também podem ajudar no processo de autoconhecimento, assim como desenvolver e fortalecer a inteligência emocional:

  • livro “Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente” (Daniel Goleman);
  • livro “Comunicação não violenta (Marshall B. Rosenberg);
  • livro Mindset: a nova psicologia do sucesso (Carol S. Dweck);
  • filme “Intocáveis” (2011) — história de superação, empatia e amizade em meio a uma tragédia;
  • filme “À procura da felicidade” (2006) — clássico que narra uma história de resiliência, automotivação, habilidades de relacionamento interpessoal e busca de ideais;
  • teste ESCI 360 (mede o quanto você é inteligente emocionalmente e foca em desenvolver habilidades que ainda não tem);
  • teste online para medir seu nível de IE.

Como inspirar os funcionários a buscar a inteligência emocional

Muitas de nossas ações são frutos dos nossos pensamentos, crenças e do contexto em que estamos inseridos, por isso, trabalhar a IE em pessoas tão distintas em uma organização pode ser desafiador. Cada um tem uma vivência, um estilo de vida e uma percepção de mundo diferente. 

No entanto, é possível inspirar os times, de maneira geral, com atitudes saudáveis no dia a dia e com a promoção de uma cultura interna de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional, que os estimulem na busca pelo aumento do QE. Confira!

Dê exemplos

Líderes são sempre demandados a terem uma alta inteligência emocional e mesmo que isso nem sempre seja possível — afinal, todos estamos sujeitos a erros e acertos — é fundamental ter o compromisso de liderar pelo exemplo. Poucas coisas são mais inspiradoras do que as atitudes.

Coloque em prática as dicas que demos acima sobre como desenvolver a própria inteligência emocional e sugira que os colaboradores façam o mesmo: leiam livros, busquem técnicas de autoconhecimento, apostem na meditação, entre outros. Além disso, no dia a dia na empresa, seja humilde e escute com atenção o que as pessoas têm dizer.

Tenha um diálogo aberto e mais o pessoal possível

Não basta escutar com atenção, é necessário ter um diálogo com os colaboradores, ou seja, uma troca de ideias e de experiências. Acompanhe o trabalho de perto, mas também procure entender como eles estão se sentindo durante a realização de suas atividades, como acham que podem contribuir com o trabalho e entenda os seus questionamentos.

Com isso, você exercerá a empatia de ouvir o outro lado, se familiarizando com os problemas e se propondo a ajudá-los. Como dissemos que liderança também é exemplo, assim, os colaboradores também se sentirão instigados a fazer o mesmo com seus colegas.

Sempre dê feedbacks

Avalie o desempenho de cada um e os convide para uma conversa para dar um retorno sobre o andamento de suas atividades. Durante o feedback, foque nas coisas boas que estão sendo realizadas e informe o que pode ser melhorado, em vez de apontar os erros e desestimular o funcionário.

Muitas vezes, o colaborador não percebe que determinada atitude pode estar lhe prejudicando ou influenciando seus resultados. Por isso, ele precisa de alguém para orientá-lo e ajudá-lo a se conhecer melhor e identificar seus pontos fortes e fracos.

Valorize a participação de cada um

Uma pessoa com baixa inteligência emocional, muito provavelmente, também terá uma baixa autoestima e, por isso, não se sentirá à vontade para expressar suas opiniões perante à equipe. Porém, é papel do gestor estimular a participação de todos e mostrar que valoriza o trabalho de cada integrante. Assim, toda a equipe se sentirá mais à vontade e integrada.

Ensine-os a ver pelo lado do outro

Falamos em empatia como uma das premissas da IE e estimular os funcionários a se colocarem sempre no lugar do outro faz parte desse processo. Como exemplo, em vez de apontarem que uma atividade não foi realizada pelo colega, eles precisam entender o porquê de isso ter acontecido.

Outro exercício é promover o pensamento de avaliar determinadas condutas antes de praticar com a outra pessoa. Ter em mente frases do tipo “se fosse comigo, eu gostaria de ouvir isso?” ou “de que forma eu preferiria ser abordado?”, além de ser uma atitude de respeito ao próximo é um exercício de autoconhecimento.

Estimule-os a encarar os problemas

Em vários momentos da vida todos vamos passar por situações complexas, desafiadoras, tristes ou que nos causam algum nível de estresse e ansiedade, e como você já deve saber a vida é assim mesmo. Não existe só o lado bom ou só o lado ruim, e o mais importante é saber equilibrar tudo isso.

Por isso, oriente os profissionais a enxergarem as coisas como elas são e a enfrentarem os problemas com calma e sabedoria. É essencial parar e avaliar a situação antes de tomar qualquer medida, pois boas decisões dificilmente são tomadas quando se está sob pressão.

Se você chegou até aqui, certamente entendeu que a inteligência emocional é algo fundamental de ser desenvolvido por todos os indivíduos e percebeu que a empresa pode ajudar muito nesse processo com os colaboradores, certo? 

No entanto, saiba que não existe uma fórmula mágica com a qual a IE é conquistada de uma hora para outra ou apenas com a leitura de livros e realização de testes isolados. A inteligência emocional deve ser adquirida todos os dias por meio dos hábitos e práticas que ensinamos ao longo deste artigo. 

Esse é um processo gradual e que, naturalmente, pode ser mais lento para algumas pessoas. É essencial que a empresa adote uma cultura de busca pelo autoconhecimento, autocontrole, pela empatia e pelo desenvolvimento do seu time.

Conteúdo Original Blog Tangerino