Índices de Análise de Demonstrações Contábeis – Parte 1 – índices de Liquidez

Índices de Análise de Demonstrações Contábeis

Em tempos de margens de lucro apertadas e crise econômica, a análise detida das demonstrações contábeis pode apresentar informação útil para a tomada de decisões antecipadas, com impactos positivos sobre o negócio.

A análise das demonstrações contábeis fornece aos usuários um diagnóstico geral da entidade. Engloba entre outros a qualidade de seu endividamento, sua rentabilidade e composição de seu capital.

Desta forma pode-se ter segurança em se investir recursos ou, no caso dos administradores, traçar estratégias para melhorar os resultados da entidade, em alguns casos revertendo-se tendências negativas.
Nesta série de artigos que se inicia, procuro abordar de forma simples e sintetizada os principais índices utilizados hoje.
Naturalmente não tenho a pretensão de esgotar o tema, apenas aguçar o interesse do leitor sobre o assunto, a fim de que possa aprofundar seus estudos
Hoje abordarei os índices de liquidez e sua funcionalidade prática.

Índices de Liquidez

Esses índices têm por finalidade apresentar a situação da entidade quanto a sua solidez financeira em relação às suas obrigações de curto e longo prazo.
Por meio desses índices, por exemplo, pode-se analisar o grau de comprometimento financeiro da entidade no curto prazo e se isso pode ameaçar a continuidade de suas atividades.

Liquidez Geral

Esse índice oferece uma posição de liquidez financeira comparando o ativo circulante e realizável a longo prazo, com endividamento total de curto e longo prazo.

Fórmula – (Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo).

Quanto maior esse índice, melhor a situação da entidade frente a seu endividamento.
Exemplo:
Um índice de 1,3 revela que toda a dívida de curto e longo prazo pode ser saudada com o ativo circulante e realizável a longo prazo. Neste caso com sobras.
Por outro lado, um índice de 0,50 demonstra que a entidade apenas consegue liquidar 50% de seu passivo com esses recursos.

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Liquidez Corrente (LC)

O índice de LC apresenta em forma geral uma posição de liquidez financeira confrontando os recursos de curto prazo registrados no ativo circulante , com endividamento de curto prazo registrado no passivo circulante.

Fórmula – Ativo Circulante / Passivo Circulante.

Quanto maior esse índice, melhor a situação da entidade frente a seu endividamento de curto prazo.
Exemplo:
Um índice de 1,2 revela que a dívida de curto prazo pode ser saudada com o ativo circulante. Neste caso com sobras.
Por outro lado, um índice de 0,50 demonstra que a entidade apresenta uma vulnerabilidade financeira de curto prazo, pois apenas consegue liquidar 50% de seu passivo circulante.
A luz vermelha se acende…

Liquidez Seca (LS)

O índice de LS apresenta de uma forma mais precisa a posição de liquidez financeira de curto prazo, pois exclui do índice anterior a conta de estoques. Apesar do estoque ser uma conta do ativo circulante, seu uso como variável para análise não tem as mesmas características de liquidez, por exemplo, dos recursos mantidos em caixa ou equivalentes de caixa. Além disso os estoques estão sujeitos a variáveis que tanto podem afetar seu valor (obsolescência, perdas…) quanto o tempo de retorno em recursos financeiros (ciclo operacional).
Alguns, além de retirar o estoque, também desconsideram os valores de impostos a recuperar.

Fórmula – (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante.

Quanto maior esse índice, melhor a situação da entidade frente a seu endividamento de curto prazo utilizando-se recursos de maior liquidez.
Exemplo:
Um índice de 1,0 revela que a dívida de curto prazo pode ser saudada com o ativo circulante de maior liquidez, sem sobras.
Por outro lado, um índice de 0,50 demonstra que a entidade apresenta uma vulnerabilidade financeira de curto prazo, pois apenas consegue liquidar com esses recursos 50% de seu passivo circulante.

Liquidez Imediata

Definindo em poucos termos, esse índice demonstra o quanto a entidade possui de dinheiro em caixa, bancos e em aplicações financeiras de conversão imediata, e sua relação com as dívidas de curto prazo.
Desta forma, a depender do índice, pode ficar evidenciada a necessidade da obtenção de recursos por parte da entidade. Ou talvez a necessidade de renegociação das obrigações.

Fórmula – Disponibilidades / Passivo Circulante
Quanto maior esse índice, melhor a situação da entidade frente a seu endividamento de curto prazo utilizando-se recursos de caixa e equivalentes de caixa.
Exemplo:
Um índice de 1,1 revela que a dívida de curto prazo pode ser saudada com os numerários mantidos pela empresa em caixa e equivalentes de caixa.
Por outro lado, um índice de 0,50 demonstra que a entidade apresenta uma vulnerabilidade financeira de curto prazo, pois apenas consegue liquidar 50% de seu passivo circulante.
Solvência
Esse indicador apresenta uma visão geral de solvência da entidade. Por meio dele pode-se verificar se todo seu ativo é suficiente para liquidar toda sua dívida de curto e longo prazo.

Fórmula – Ativo Circulante + Ativo Não Circulante / Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Exemplo:
Um índice de 1,5 revela que a dívida total pode ser saudada com todo o ativo da empresa.
Por outro lado, um índice de 0,50 demonstra que a entidade apresenta vulnerabilidade, colocando em risco a continuidade de suas operações e sua capacidade de honrar com seus compromissos assumidos com terceiros.

Capital de Giro Líquido (CGL)

Demonstra quanto a empresa tem de sobras financeiras de curto prazo, de forma a poder utilizá-la em outras atividades importantes para seu progresso.

Fórmula – CGL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

Fonte: PORTAL CONTÁBEIS