Hunting em RH: Entenda o Que É e Veja Como Aplicar no Processo Seletivo

O processo de recrutamento e seleção é uma das tarefas mais conhecidas do RH. Encontrar os melhores talentos é fundamental para o sucesso da empresa e é isso que nos leva a falar sobre hunting em RH.

Se você ainda não sabe o que é hunting ou como essa forma de recrutamento pode ser aplicada no seu processo seletivo, chegou ao post certo.

Ao longo da leitura, você vai entender não apenas como fazer, mas por que adotar o hunting como estratégia em seu RH. Vamos lá?

Neste artigo, vamos abordar os seguintes tópicos:

Hunting em RH


O que é hunting em RH

De forma direta e resumida, hunting é uma estratégia de recrutamento ativo de candidatos cada vez mais adotada pelas empresas.

O termo vem do inglês, idioma em que a palavra “hunt” significa caçar. Já consegue imaginar como essa ideia se aplica ao recrutamento e seleção?

Basicamente, estamos diante de uma estratégia que foge ao convencional de divulgar uma vaga e esperar que os candidatos apareçam.

Na prática, o significado de hunting é um RH que vai atrás dos profissionais adequados e os aborda para apresentar oportunidades na empresa e tentar convencê-los a participar da seleção.

Para tanto, o RH precisa se valer do bom e velho networking e de algumas ferramentas que indicaremos adiante.

Em análise, agora que você está entendendo o que é hunting em RH, pode estar considerando a prática potencialmente agressiva.

Isso é verdade, mas feito da maneira correta, o hunting não é invasivo e tende a gerar melhores resultados para a organização do que um processo convencional.

Diferença entre hunting e search

Já que começamos do básico, explicando o que é hunting, é conveniente diferenciar esse processo de outro que se aplica ao mesmo contexto: search.

Search significa buscar enquanto hunting, com base no que vimos, tem a ver com caça. Entender que não falamos da mesma coisa é importante para que você perceba o quão mais ativa é a atuação do RH no hunting.

Search

De um modo geral, a ideia do search se encaixa com a do processo tradicional de recrutamento e seleção. A empresa divulga a vaga e busca por profissionais disponíveis para preenchê-la.

Em alguns casos, essa busca mais passiva é o suficiente, sobretudo quando bem feita. Se o RH faz um anúncio claro da vaga e seus requisitos e a divulga de maneira adequada, pode ter bons resultados.

Entretanto, a depender da vaga que precisa ser preenchida ou do perfil profissional buscado, é preciso mudar de estratégia.

Hunting

O hunting considera necessidades mais específicas da empresa e permite que o RH vá atrás até mesmo de profissionais que estejam empregados.

Como você bem sabe, os melhores talentos são cobiçados e não é tão comum que fiquem disponíveis no mercado. Por isso, a busca ativa, com uma abordagem inteligente, entra em cena.

Caso ainda não esteja claro, o hunting é uma estratégia de recrutamento que pode levar o RH a abordar pessoas que trabalham em outras empresas.

Para que isso valha a pena, os responsáveis pelo processo precisam ter “cartas na manga” para oferecer algo capaz de convencer um talento a trocar um emprego pelo outro.

Ficou claro para você como search e hunting são diferentes? Cada um deles pode ter sua serventia, a depender da situação.

Como funciona o processo de hunting

Voltando ao foco, vamos nos aprofundar no que é hunting em RH e como esse processo funciona. 

Além de “caçar” ou fazer uma busca ativa por profissionais, o RH tem outras missões no processo. São elas:

  • analisar o perfil dos potenciais candidatos;
  • abordá-los de maneira profissional e estratégica;
  • negociar com base na oferta de uma proposta assertiva e atraente.

Antes de qualquer coisa, o RH precisa ter clareza do perfil buscado para cada vaga na empresa. Algo que deve considerar competências técnicas, experiências e as soft skills dos profissionais.

Para tanto, é completamente válido elencar características buscadas e criar um perfil de referência que oriente a busca ativa.

Além disso, o RH precisa ter uma estratégia de ação pronta. Como vai abordar os profissionais de interesse? O que vai ser dito? Quais serão as bases da negociação?

Tenha em mente que, antes de convencer um talento a entrar para a empresa, pode ser necessário se certificar de que o perfil é adequado.

Por isso, a forma de abordagem deve ser bem pensada e seguida de uma análise crítica das respostas e resultados. 

Os pontos fortes e fracos de cada profissional devem ser levantados e compartilhados com os gestores.

Àqueles que melhor se encaixarem no que a empresa busca, o RH deve preparar uma proposta campeã, capaz de trazer o talento para o time da empresa.

Isso requer amplo conhecimento de mercado. Em outras palavras, é preciso saber o que a concorrência oferece e o que a organização pode oferecer para ser mais atrativa.

Principais ferramentas de hunting em RH

Já começou a perceber como o hunting é uma estratégia que precisa ser bem estruturada?

Seu RH vai precisar aprender com o processo, na prática, e aprimorar sua “caça”, sua abordagem e seus poderes de negociação. Esse último fator, em especial, depende diretamente da alta gestão também.

Tudo isso quer dizer que o hunting pode ser desafiador. Felizmente, há ferramentas que podem auxiliar e simplificar diferentes etapas. Veja só!

Redes sociais

Para além dos sites de recrutamento, se sua empresa quer partir para o hunting, deve saber bom uso das redes sociais certas.

Uma busca ativa pelo Facebook pode até render frutos, mas essa não é uma rede intrinsecamente profissional. Assim, a melhor escolha que o RH pode fazer é navegar pelo LinkedIn.

O RH pode se valer dos filtros da própria rede para definir sua busca e, claro, ir explorando à medida que se deparar com perfis interessantes.

Testes de perfil

O teste comportamental é uma ferramenta de análise de perfil que pode ser usada no processo de hunting.

Como haveria de ser, esse teste entra em cena depois que o contato já foi iniciado e o profissional aceitou participar do processo.

A ideia é entender se o perfil se encaixa ao esperado para o cargo com base na lista de características elaboradas pelo RH. Uma análise que favorece também o fit cultural.

Testes de conhecimento

Já sabemos que as soft skills são cada vez mais valorizadas e que o comportamento conta, certo? Isso não significa que faz sentido deixar de lado as competências técnicas.

Por isso, parte do processo pode incluir testes de conhecimento para garantir que o profissional tenha as habilidades que elencou em seu currículo.

O objetivo é assegurar que a pessoa está mesmo apta a desempenhar as tarefas relativas ao cargo a ser ocupado.

Entrevistas

A boa e velha entrevista também é parte do processo.

É nessa etapa que o RH consegue conhecer o candidato por meio da avaliação de suas respostas, verbais ou não, aos questionamentos feitos.

Além do mais, a entrevista é um bom momento para que o RH tire algumas dúvidas e entenda melhor sobre os objetivos profissionais de cada candidato.

É também o momento para esclarecer questões que o profissional apresente, visando assegurar que as partes estejam alinhadas.

O que não fazer no processo de hunting

Toda estratégia tem seus “dos and don’ts”, ou seja, o que fazer e o que não fazer. Vamos dar atenção a esse segundo grupo agora.

Confira aquilo que seu RH não deve fazer no hunting!

  • Acreditar que qualquer profissional pode conduzir o processo

O aprendizado é constante, mas colocar o hunting em prática é algo que deve ser feito por alguém que, no mínimo, tenha boa experiência com recrutamento e seleção.

Ainda assim, convém ir além. Pode ser necessário que a empresa treine alguém do próprio RH para passar do tradicional à busca ativa sabendo como encontrar os talentos e abordá-los.

Se preciso for, a empresa deve considerar a necessidade de terceirizar o serviço, deixando-o a cargo de um headhunter.

  • Duvidar da efetividade do hunting

Tem empresa que já fica de olho em profissionais pelo LinkedIn, mas não faz, necessariamente, hunting.

Tenha em mente que o hunting em RH vai além das redes sociais e que há todo um trabalho de networking estratégico e inteligência na abordagem.

Se sua empresa fizer o processo pela metade, o hunting não vai gerar os resultados esperados. Assim, tenha clareza do que precisa ser feito e confie no processo.

  • Subestimar o mercado

Já imaginou elaborar uma oferta que, com base na realidade da sua empresa, parece excelente só para ouvir, do profissional cobiçado, que a concorrência faz melhor?

A estratégia de hunting da sua empresa precisa se apoiar em um amplo conhecimento do mercado. Algo que pode precisar até mesmo de um estudo aprofundado.

Do contrário, seu RH não vai saber o que oferecer na negociação, tampouco como convencer a alta gestão de abraçar essa ideia.

As principais vantagens do hunting em RH para as empresas

A essa altura, você já sabe o que é hunting em RH e tem uma boa noção de como funciona. Sim, é um processo que vai exigir planejamento e preparo.

Com isso, é natural que você esteja se perguntando por que vale a pena adotar o hunting. Confira a seguir algumas das principais vantagens:

1. Recrutamentos mais assertivos

Sua empresa já passou pela situação de fazer todo o processo de recrutamento e se frustrar nas etapas de entrevista e outras que compõem a seleção?

Esse tipo de problema gera perda de tempo e de recursos, além de aumentar a pressão sobre o RH. 

Com isso em mente, vale lembrar que o hunting ajuda a localizar profissionais com o perfil ideal para as vagas.

Como consequência, há mais chances de que o recrutamento seja assertivo e culmine na contratação dos melhores talentos para a empresa.

2. Contratações mais assertivas

O raciocínio é complementar ao que acabamos de compartilhar, mas vale detalhá-lo um pouco.

Se o recrutamento é mais assertivo, as contratações também passam a ser e a empresa consegue formar equipes mais fortes.

Entre os fatores que contribuem para isso destacamos a definição de um perfil ideal e a análise criteriosa dos selecionados para o processo.

Isso é crucial, entre outros motivos, porque permite um bom fit cultural, podendo reduzir os esforços no onboarding e no período de adaptação dos novos contratados.

3. Mais rapidez no processo seletivo

O hunting permite que o RH vá direto ao ponto ao invés de cruzar os dedos e esperar até que talentos se candidatem a uma vaga da empresa.

Assim, o setor não tem que lidar com a triagem de uma infinidade de currículos que, no fim das contas, não atendem às expectativas.

O que ocorre a partir disso é a economia de tempo que faz com que o processo de recrutamento e seleção seja mais rápido.

Com vagas sendo preenchidas sem muita demora, a empresa pode evitar a sobrecarga de equipes e outros gargalos.

4. Preenchimento de cargos de alta gestão

O hunting é uma prática especialmente recomendada para o preenchimento de cargos da alta gestão.

Encontrar gente qualificada e com o perfil adequado para um posto de liderança e mais responsabilidade não costuma ser tarefa fácil.

Há requisitos específicos que precisam ser atendidos e não é tão comum encontrar as pessoas certas com um simples anúncio de vaga em aberto.

É, sobretudo diante de demandas assim que fica mais claro para o RH o sentido em optar por uma busca mais ativa e ir “bater à porta” de profissionais conceituados no mercado.

Uma vez que o hunting é especializado nesse tipo de busca, adotá-lo aumenta as chances de encontrar o profissional certo para a alta gestão.

5. Redução de custos

A redução de custos está implícita em alguns dos pontos que levantamos anteriormente.

Por isso, vamos apenas destacar alguns problemas que geram despesa extra quando o processo de recrutamento e seleção não é bem-sucedido:

  • campanhas de contratação mais longas e demoradas;
  • alta rotatividade e pagamento de verbas rescisórias;
  • gastos frequentes com treinamento de novos funcionários;
  • alterações constantes nas equipes que dificultam a fluidez do trabalho.

Ainda, é válido considerar que todos esses problemas podem impactar a employer brand e fazer com que os funcionários tenham uma imagem negativa da empresa.

Apostar no hunting é uma forma de evitar todas essas situações.

Headhunter: o profissional responsável pelo hunting em RH

Tudo que tem vantagens também tem desvantagens, se é que podemos classificar dessa forma.

No caso do hunting, falamos da necessidade de treinar alguém do RH ou de contratar um profissional especializado para conduzir o processo. Você já sabe o que é hunter?

Seguindo o jogo de palavras na tradução do inglês para o português, hunter é o “caçador”, o profissional responsável por conduzir a “caça” ou a busca ativa pelos profissionais mais adequados para a sua empresa.

Também conhecido como headhunter, esse profissional “é um especialista na busca por talentos. Apoiado em seu networking e em suas habilidades, tem recursos para uma busca mais bem-sucedida para encontrar o candidato ideal para uma vaga”.

Basicamente, sua função se resume a cumprir todas as etapas do hunting que apresentamos neste post.

Por que contar com um headhunter

Como vimos, realizar o hunting não é algo simples. Batemos na tecla para dizer que é preciso planejamento e preparo, além de bom networking, boas ferramentas e capacidade argumentativa.

É possível preparar alguém do próprio RH para a tarefa? Sim, desde que a empresa não cometa o erro de subestimar o processo e realizar um treinamento básico demais.

O hunter precisa ser confiante, ter clareza sobre as melhores formas de abordagem e boa capacidade para analisar perfis. Do contrário, não vai conseguir contatar as pessoas certas, tampouco convencê-las.

Por isso, por vezes, pode ser mais interessante para a organização contar com um especialista.

A presença do hunter não anula o RH

É importante esclarecer que o headhunter não torna o RH obsoleto ou desnecessário; ambos podem atuar em parceria.

Na verdade, em muitos casos, o sucesso nas contratações depende dessa atuação conjunta.

Como vem de fora da empresa, o hunter tem a missão de conhecer ao máximo a organização e suas demandas. 

Apesar desse esforço, quem faz parte do dia a dia da empresa tende a conhecê-la melhor.

Assim, o RH tem o que é preciso para ajudar o especialista a definir o perfil ideal para o hunting e garantir que os processos de recrutamento e seleção sejam assertivos.

Hunting e a competitividade do mercado

O mercado de trabalho é competitivo e isso não é novidade para ninguém.

Acontece que, muitas vezes, tendemos a pensar que são só os trabalhadores que estão competindo por vagas. Porém, as empresas também estão competindo por talentos.

Atualmente, não “ganha” quem oferece o melhor salário e pronto. Há uma série de outros fatores que os profissionais levam em consideração e que precisam ser apresentados durante a negociação.

Para que essa negociação exista, não convém que sua empresa fique à espera de que o profissional dos sonhos deixe o emprego por algum motivo e, por um breve período, se torne disponível no mercado.

A abordagem mais agressiva que caracteriza o hunting existe justamente para que sua empresa possa tomar a iniciativa e montar times cada vez mais fortes o quanto antes.

Ressaltamos apenas que essa agressividade é estratégia e tem técnica, não pode ser feita de qualquer jeito. 

Assim, esperamos que o post tenha ajudado você a entender como o hunting funciona, por que vale a pena e como aplicá-lo.

Conteúdo Original Blog Tangerino