A transformação digital está na pauta das empresas brasileiras, mas ainda falta orçamento e capacitação para colocar as tecnologias na prática. Essa é a avaliação de Ricardo Santana, sócio da KPMG e responsável pelo grupo Lighthouse Brasil
Para Santana, a falta de conhecimento sobre as inovações tecnológicas leva à resistência por parte dos colaboradores e até dos executivos. Segundo ele, por medo de perderem seus empregos, os próprios funcionários das empresas sabotam a coleta de dados para o desenvolvimento dos algoritmos de software de inteligência artificial (IA). Além disso, muitos executivos resistem a aceitar os resultados gerados pelos softwares de IA: 60% dos CEOs tomam decisões contra o que foi proposto pelas máquinas, aponta pesquisa da KPMG. “Quanto mais tecnologia, mais você se confronta com os problemas relacionados ao lado humano”, afirma.
De acordo com Santana, por causa da falta de capacitação técnica, ainda é necessário educar sobre as vantagens, o funcionamento dessas tecnologias e as questões relacionadas à privacidade. E depois de investir nas novas tecnologias, as empresas precisam aprender a priorizar os insights gerados pelas máquinas. “As companhias precisam saber por que e como usar as tecnologias”, diz.
O sócio acredita que a digitalização, principalmente em um primeiro momento, precisa vir com o objetivo de trazer mais agilidade aos processos internos.
O setor financeiro é o que mais se destaca no uso das novas tecnologias atreladas aos negócios, de acordo com Santana. O sócio explica que o investimento nessa área foi motivado pelo avanço das fintechs.
Santana defende que é por meio das inovações tecnológicas que as empresas conseguirão sobreviver e, no longo prazo, reduzir os erros, ter mais precisão e diminuir gastos. De acordo com uma pesquisa recente da KPMG, as novas tecnologias como internet das coisas, robótica e IA serão os principais direcionadores da transformação dos negócios nos próximos três anos. “As novas tecnologias se tornaram indispensáveis aos negócios”, diz Santana. “As empresas estão com o senso de urgência, mas precisam dar o próximo passo e começar a aplicá-las efetivamente.”
(Fonte: Época Negócios)