O que é mais estratégico: contratar um novo profissional que terá de se adaptar à cultura e aos processos da empresa ou capacitar um funcionário para ocupar um novo posto na empresa?
As duas opções podem ser válidas, mas se o interesse é tirar o melhor proveito do quadro de funcionários, mantendo aqueles que são competentes e se identificam com a empresa, o reskilling pode ser a melhor escolha.
Você ainda não sabe o que reskilling quer dizer? Siga em frente com a leitura deste post, aprenda sobre o conceito e entenda quais são seus benefícios!
O que é reskilling
Talvez você já saiba que skill quer dizer habilidade. Assim, reskilling pode ser entendido como um novo processo de conquista de conhecimento e, na tradução para o português, o termo pode significar recapacitação ou requalificação.
Com isso, podemos dizer que o reskilling é um conceito de gestão cuja premissa é direcionar os profissionais à conquista de novas habilidades. Dessa forma, estes podem ocupar novos cargos na empresa.
Trata-se de uma estratégia que deve ser adotada quando a empresa percebe que tem capital humano qualificado na empresa, mas que precisa capacitar um ou mais de seus funcionários para que exerçam atividades diferentes das que exerciam até então.
Com isso, o reskilling é interessante tanto para a empresa, quanto para os profissionais e pode até ser visto como uma forma de valorização de talentos. Algo que, por sua vez, tende a contribuir para a visão que os funcionários fazem da organização, ou seja, para a employer brand.
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Reskilling vs. upskilling
Se você já chegou a este post tendo alguma ideia quanto ao que significa reskilling, provavelmente já se deparou com o termo antes. E se isso de fato aconteceu, é ainda mais provável que você tenha se deparado também com o upskilling.
A ideia por trás dos dois conceitos de gestão é parecida porque a essência comum a ambos é o aprendizado. Entretanto, existem diferenças.
Enquanto o reskilling tem foco em uma mudança de área, o upskilling funciona mais como um processo de aperfeiçoamento para que um profissional siga em sua área de atuação, mas mais capacitado para desempenhar suas funções.
Reskilling e transformação digital
Se você pesquisar o que é reskilling pode acabar encontrando explicações de que o conceito tem a ver com uma adaptação do profissional ao universo digital. Ainda que a necessidade do aprendizado de novas habilidades possa estar intimamente relacionada ao surgimento de novas tecnologias, convém entender melhor tudo isso.
O reskilling é algo que está realmente relacionado à aprendizagem de habilidades que não estão relacionadas à função atual do profissional. A tecnologia pode estar envolvida? Pode, mas isso não é regra e é mais apropriado relacionar o ato de aprender a lidar com um software, por exemplo, ao upskilling.
Com isso, o reskilling pode ser algo mais radical, digamos assim. Vamos a um exemplo para que você consiga compreender melhor.
Suponhamos que Marcos é um entusiasta da tecnologia e que trabalha no Serviço de Atendimento ao Consumidor de uma empresa de TI e Inovação. Sua função é tirar dúvidas sobre o uso de softwares e até corrigir alguns erros remotamente.
Com o passar do tempo, com base em conversas e em outras formas de observação e avaliação, a gestão e o setor de Recursos Humanos (RH) percebem que Marcos tem potencial para fazer mais. O profissional é tão envolvido e dedicado que poderia ter sucesso desenvolvendo soluções para a empresa se soubesse de Robótica.
Este, portanto, é um caso de reskilling em que Marcos vai precisar aprender habilidades distintas para mudar de área, ainda que siga dentro do segmento de tecnologia. Antes, técnico e atendente do SAC e, depois, desenvolvedor de robôs.
Habilidades desenvolvidas pelo reskilling
Com o exemplo de Marcos, mostramos que o reskilling pode ser voltado para a aprendizagem de habilidades técnicas. Quanto a isso, é importante deixar claro que falamos em algo que vai além de uma “fluência digital”.
Em outras palavras, o objetivo principal não é fazer um profissional aprender a usar um software que vai automatizar parte das atividades que já fazem parte de sua rotina.
A requalificação costuma mesmo ser direcionada ao objetivo de mudar de área de atuação, e não simplesmente se adaptar a mudanças. Por essa razão, o aprendizado técnico pode ser significativo, ainda que não seja o único.
A conversa sobre transformação digital tende a nos fazer pensar no futuro e, com isso, aproveitamos para perguntar: você sabe quais são as habilidades esperadas do “profissional do futuro“?
Não é de hoje que esse tema vem sendo debatido e, ainda que diferentes pontos sejam abordados, eles costumam seguir a mesma linha. Veja o exemplo de 10 habilidades destacadas pela Organização das Nações Unidas (ONU):
- Flexibilidade cognitiva;
- Negociação;
- Orientação para servir;
- Julgamento e tomada de decisões;
- Inteligência emocional;
- Coordenação com os outros;
- Gestão de pessoas;
- Criatividade;
- Pensamento crítico;
- Resolução de problemas complexos.
Percebeu que há um foco em soft skills? Com isso, é interessante que um processo de aprendizagem voltado para o desenvolvimento profissional individual e de equipes também proporcione englobe habilidades comportamentais.
Com isso dito, fica mais fácil entender ainda que o reskilling pode contribuir ― entre outras coisas que veremos a seguir ― para a identificação e formação de lideranças dentro da empresa.
A empresa precisa mesmo se envolver no reskilling?
Adiante, falaremos sobre a importância do reskilling e, com isso, será mais fácil entender porque esse deve ser um esforço também da empresa e não só de seus funcionários, individualmente. Antes, uma reflexão importante.
Profissionais podem, por conta própria, identificar a necessidade de se atualizar, se aperfeiçoar ou até mesmo de mudar de carreira. Com isso, podem ser proativos e buscar, sem qualquer ajuda dos empregadores, por cursos, palestras e outros meios que lhes permitam alcançar esses objetivos.
De certa forma, essa autonomia é bem vista porque empresas gostam de ter em seus quadros profissionais que entendem a importância de investir em sua própria evolução, não é mesmo?
Um relatório do World Economic Forum indica que, até 2022, pelo menos 54% dos profissionais vão demandar algum tipo de reskilling ou de upskilling.
O percentual é significativo e, com isso, pode ser pouco estratégico deixar o processo de reaprendizagem e requalificação somente nas mãos dos funcionários.
Aliás, quando a empresa se envolve, tem melhores chances de direcionar os funcionários a buscar habilidades que, sim, sejam de seu interesse pessoal, mas que também correspondam às necessidades que a organização tem.
A seguir, você vai entender melhor como esse envolvimento pode resultar em atração e retenção de talentos, no aumento do engajamento e na conquista de melhores resultados.
A importância do reskilling
A importância e os benefícios que o reskilling pode trazer para empresas e seus funcionários podem ser compreendidos a partir de diferentes pontos. Vamos a eles:
Adaptação às mudanças do trabalho
Para falar sobre as mudanças do universo do trabalho, vamos dar sequência à conversa sobre transformação digital e robôs.
Quantas vezes você leu ou ouviu por aqui que robôs vão tomar o emprego das pessoas? Se você já perdeu as contas, nós entendemos porque essa é uma questão que vira e mexe ganha destaque e até assusta algumas pessoas. Afinal, ninguém quer ficar sem ter de onde tirar o próprio sustento.
Não vamos entrar em detalhes neste debate, mas queremos ressaltar que expectativa não é de que os robôs vão acabando com os empregos, um a um. As máquinas podem e já realizam funções sozinhas, exigindo que os profissionais se desenvolvam para cumprir bem papéis que só seres humanos conseguem fazer.
Assim, muitos processos podem ser mudados em razão da transformação digital. Atividades podem ser extintas, enquanto outras serão criadas.
Em paralelo a tudo isso o reskilling ― assim como o upskilling ― aparece como ferramenta para o desenvolvimento profissional, de modo a fazer com que funcionários mantenham sua relevância e se tornem capazes de atender a novas demandas.
Redução de custos e retenção de talentos
Quantas estratégias a sua empresa adota para atrair e reter talentos? Essa preocupação é bastante comum e válida e, por isso, saiba que não temos a menor intenção de fazer você abrir mão das iniciativas que são adotadas.
A questão é que a atração e a retenção de talentos, sobretudo daqueles que estão prontos para atender demandas novas que surgem com a transformação digital podem ser caras.
Isso faz com que seja interessante à empresa olhar para dentro e avaliar os custos de capacitação ou de requalificação de seus funcionários para poupar recursos e se beneficiar de outras formas também.
Para que você tenha uma ideia, a Amazon adotou uma tecnologia que tornou seus profissionais de estoque menos necessários. Frente a essa mudança, a gigante decidiu que um terço dos funcionários passariam por reskilling ao invés de demiti-los.
Optar pelo reskilling pode ser mais econômico porque a empresa precisa considerar os custos de demissão de funcionários somados aos custos do processo de recrutamento, seleção e treinamento dos novatos.
Adaptação às mudanças dos profissionais
Ainda, como mencionamos, investir nos funcionários pode propiciar a atração e a retenção de talentos. Enquanto metodologia de gestão, o reskilling pode ser estratégia para fazer com que os profissionais mais capacitados queiram permanecer nos quadros da empresa.
Quanto a isso, vale ter em mente ainda que millennials, também conhecidos como geração Y, tendem a “pular” de um emprego para o outro, mas há pesquisas que indicam que esses profissionais também sabem valorizar oportunidades de se desenvolver em seus empregos.
Hoje, os millennials têm entre 25 e 40 anos e isso deixa claro por que a aposta em estratégias como reskilling (e o upskilling) podem ser importantes para contar com seus serviços por mais tempo.
Além deles, o mercado também já volta suas atenções para a geração Z, que tem hoje pessoas com idade entre 10 e 25 anos. Parte já se prepara e outra parte já ocupa espaços no universo do trabalho, sendo formada por profissionais que também apreciam o aprendizado contínuo.
Com isso, investir em reskilling e abraçar essa cultura que acompanha as gerações Y e Z é fundamental para empresas que quiserem, de fato, atrair e reter os grandes talentos do mercado.
Promoção do engajamento e redução do turnover
Basicamente, o que estamos dizendo é que profissionais, de um modo geral, tendem a abraçar oportunidades de crescimento, havendo até aqueles que gostam especialmente de aprender cada vez mais.
É certo que há profissionais com autonomia suficiente, aqui falamos de mentalidade e até de planejamento financeiro, para correr atrás de novas habilidades e até de uma mudança de carreira por conta própria. Mas é quando a empresa participa que conquista boa parte dos benefícios que o reskilling pode proporcionar.
Com isso em mente, quando a empresa aposta no reskilling, transmite a ideia de que valoriza seu capital humano e prova isso. Funcionários que se sentem valorizados a ponto de perceber que a empresa investe neles, em seu aprendizado, tendem a ser mais engajados.
Ainda, o maior engajamento ou identificação com a empresa contribui para a redução do turnover que, quando elevado, causa perda financeira, desgaste da imagem e queda nos resultados da organização.
Outro ponto é que quando o reskilling direciona um profissional a uma nova carreira, este pode finalmente se sentir realizado e motivado. Algo que também contribui para a melhoria do engajamento do funcionário e até de equipes que se beneficiem ou participem da mudança.
Melhoria do desempenho da empresa
Com tudo isso, é natural inferir que o reskilling contribui para a melhoria do desempenho de equipes e da empresa como um todo.
O redirecionamento de carreiras proporcionado pela requalificação permite que a empresa preencha lacunas contando com profissionais que já estão alinhados com seus valores, missão e visão.
Com isso, a empresa ganha ao contar com um funcionário que adquiriu novas habilidades. E ganha mais uma vez ao evitar que alguém com competências válidas antes mesmo do reskilling acabe indo parar na concorrência.
Promoção do crescimento profissional
Com o que você acabou de ler, já consegue identificar pontos que fazem do reskilling uma realidade interessante também para os profissionais, não é mesmo? Por isso, vamos ressaltar apenas alguns outros pontos.
Existem diferentes perfis de profissionais que, independente da faixa etária, vão ver a oportunidade de aprender novas habilidades e migrar de área com bons olhos.
Alguns, inclusive, sequer podem ter clareza de que estão apenas esperando por essa oportunidade e por um “empurrãzinho” do RH e de suas lideranças para voltarem a se motivar com suas carreiras.
Com isso, o reskilling pode ser importante para os funcionários para que esses encontrem novos e mais promissores rumos para suas vidas profissionais.
Há aqueles que, por conta própria, identificam essa oportunidade, mas não têm qualquer tipo de apoio por parte de seus empregadores e, por isso, acabam buscando oportunidades em outros lugares. E há também os que percebem que algo está errado, mas dependem de uma visão externa para entender que tentar algo novo pode ser a melhor das decisões.
Em todo caso, o reskilling tende a abrir portas para que os funcionários voltem a se engajar com suas atividades, recuperem sua produtividade e se sintam mais instigados a se superarem em seu dia a dia de trabalho.
Reskilling e accountability
Antes de falarmos sobre como uma empresa pode aplicar o reskilling, vamos passar por uma relação que é comumente apresentada: a que existe entre reskilling e accountability.
Caso você ainda não saiba, o termo accountability pode ser traduzido como uma prestação de contas que tem um significado relevante no contexto da gestão de pessoas.
Falamos da criação de um senso de autorresponsabilidade que favorece a confiança nas relações entre a empresa e seus funcionários e que estimula nos profissionais a busca pela evolução profissional.
Isso acontece porque o accountability torna os funcionários mais conscientes de suas ações e tarefas. É uma mudança de mentalidade que contribui para que todos estejam mais envolvidos em adotar uma postura mais ética e a serem voluntariamente responsáveis.
Além do mais, o accountability contribui para que seja mais fácil identificar quais dos funcionários estão engajados e alinhados com a cultura da empresa e quais não. Assim, fica mais fácil equilibrar expectativas e até identificar necessidades de mudanças, seja por meio de reskilling ou não.
O que ainda cabe dizer é que adquirir novos conhecimentos para mudar a área de atuação profissional não é uma ideia necessariamente simples.
Há dinâmicas de grupo e outras ferramentas que podem ser usadas pelo RH para que habilidades sejam identificadas de modo a apontar quem poderia construir uma nova carreira.
Em paralelo a isso, a autorresponsabilização atrelada ao accountability é uma aliada para que o próprio profissional identifique e manifeste a possibilidade de mudança.
Como adotar o reskilling
Para que o reskilling dê certo ou ao menos faça sentido, é fundamental que seja criada, caso ainda não exista, uma cultura de aprendizagem dentro da empresa.
Aprender habilidades novas, sobretudo com o foco de mudar de área de atuação não é uma decisão fácil. Ainda que a empresa e o profissional enxerguem na mudança uma possibilidade de crescimento, é importante que as decisões sejam tomadas com o mínimo de confiança porque é o futuro de alguém que está em jogo.
Já imaginou a empresa investir recursos e um funcionário investir seu tempo e esforços para construir uma nova carreira e, quando a mudança começar na prática, ambos perceberem que as coisas não vão sair como esperado?
É certo que não existe garantia 100% de que uma mudança de área vai ser bem-sucedida, mas há fatores que contribuem para que esse processo tenha melhores chances de ter resultados positivos. E é com base neles que vamos contar a você como sua empresa pode adotar o reskilling.
Fomento à cultura da aprendizagem contínua
Considere o seguinte cenário: a empresa propõe um processo de aprendizagem de novas habilidades tendo o reskilling em mente. Para isso, analisa seu quadro de funcionários, planeja e elabora estratégias. Há investimento de tempo e recursos para que tudo isso seja feito.
E então, quando o reskilling é apresentado e começa a ser aplicado, o envolvimento dos profissionais é baixo. Considerando possibilidades mais dramáticas, alguns funcionários parecem até querer deixar a empresa.
O que deu errado? Por que os profissionais não quiserem abraçar a oportunidade de se aprimorar e ampliar seus horizontes?
O cenário que acabamos de descrever é hipotético e considera duas questões que sua empresa precisa dar atenção para adotar o reskilling:
- Ainda que seja esperado que os funcionários apreciem oportunidades de aprendizagem, nem todo mundo realmente deseja isso.
É provável que você já tenha conhecido alguém que se sente bem e confortável ao manter um mesmo cargo por anos ou até ao exercer uma atividade em que não se sente realizado profissionalmente; - Mesmo que muitos funcionários estejam sim aptos a apreciar oportunidades de aprendizagem, este pode ser um desejo que ainda não foi despertado.
Especialmente considerando a mudança de área e de carreira que o reskilling costuma proporcionar, sair da zona de conforto nem sempre é algo visto como natural.
Por isso, é importante que a empresa fomente e cultura da aprendizagem contínua com o objetivo de preparar seus funcionários para o upskilling e para o reskilling.
Segundo levantamento realizado pela multinacional britânica Willis Towers Watson, 94% dos diretores de RH acreditam na importância de substituir treinamentos pontuais pelo desenvolvimento contínuo de novas habilidades.
O accountability é, inclusive, algo que contribui para que essa cultura de aprendizagem se solidifique porque ainda que a empresa deva se envolver, o desejo de aprender deve partir também dos profissionais.
Ainda, essa decisão também favorece a contração de profissionais já abertos ao reskilling, o que facilita a vida da empresa ao lidar com as novidades do mercado.
Identificação de demandas e potencialidades
Considerando que o fomento à cultura de aprendizagem contínua é um esforço que deve fazer parte da cultura geral da empresa, podemos dizer que a análise do quadro de funcionários em relação às demandas é o primeiro passo prático para o reskilling. Algo que pode ser feito com base nas seguintes questões:
- Quais setores da empresa estão defasados e precisam de novos profissionais?
- Quais demandas o mercado apresenta que representam lacunas que a empresa ainda não conseguiu preencher?
- Com base em habilidades pré-existentes e em seus perfis, quem são os funcionários que poderiam se preparar para uma mudança de área de atuação?
Como haveria de ser, a empresa não precisa e nem deve contar apenas com sua avaliação, ou seja, com uma avaliação feita exclusivamente pela gestão e pelas lideranças para responder a essas perguntas.
Existem ferramentas que podem ser adotadas, sobretudo em parceira com o setor de Recursos Humanos para a parte interna da análise. Falamos de pesquisas de satisfação, processos que reavalie competências e até de solicitação de feedbacks sobre o trabalho atual e projeções pessoais para a carreira.
Com isso, a empresa poderá visualizar as perspectivas de mudança sob a ótica dos funcionários que, no fim das contas, são os que podem passar pelo reskilling e mudar de carreira.
O processo, inclusive, vai permitir a identificação de profissionais que não estão interessados nesse tipo de mudança, o que é fundamental para a conquista de bons resultados.
Ainda, é válido esclarecer que o reskilling se aplica a profissionais dos mais diferentes setores de uma empresa. Assim, é conveniente que se considere uma análise abrangente.
Estratégias para aplicação do reskilling
Com toda essa fundamentação, vai chegar o momento em que a empresa vai precisar definir quais estratégias são mais adequadas para que o reskilling aconteça. Vamos a elas:
1. Defina um programa inicial de reskilling
O reskilling é mais do que um programa de aperfeiçoamento profissional porque, como temos dito, tem como foco mais comum a mudança de área de atuação de um ou de mais profissionais.
Assim, o reskilling pode representar um grande passo na carreira de um funcionário, assim como para o futuro da empresa, e isso demanda certa cautela.
Além de analisar atentamente o cenário, avaliando demandas e perfis profissionais, é recomendável que a empresa tenha um programa inicial básico.
A ideia é que o reskilling seja aplicado primeiro a um grupo pequeno para que eventuais erros ou desafios possam ser mais facilmente corrigidos e tenham um impacto menor;
2. Identifique por quem começar
Saber por quem começar também é fundamental para que o envolvimento com o reskilling seja alto. Vai chegar o momento em que a empresa terá de comunicar a seus funcionários que deseja adotar a requalificação para melhor aproveitar seus talentos.
Convém observar quais profissionais se entusiasmam logo de cara ou manifestam o desejo de participar. Essa é uma boa estratégia porque é comum que programas iniciais tenham falhas e os funcionários mais interessados no reskilling sejam também os mais dispostos a encarar os percalços.
Com isso, é este grupo que vai permitir à empresa vivenciar as circunstâncias ideias para descobrir o que funciona, o que precisa ser mudado, fazer testes e ajustes;
3. Aposte no aprendizado formal
Para que o reskilling aconteça, o aprendizado formal pode ser um caminho necessário, afinal, estamos falando da conquista de habilidades que ainda não fazem parte da realidade dos profissionais selecionados.
Uma mudança de área de atuação, um redirecionamento dos rumos da carreira pode exigir um curso técnico, um MBA ou outro curso ministrado por uma Instituição de Ensino Superior.
Quanto a isso, convém lembrar que empresas podem fazer parcerias com Faculdades e Universidades em busca de melhores condições para que o reskilling aconteça.
A depender da proposta da requalificação, programas de treinamento e desenvolvimento de pessoas podem ser criados pela empresa ou ministrados por terceiros. Isso é algo que vai depender do tipo de habilidade que precisa ser adquirida para a mudança de área de atuação.
Algo que merece ser destacado com relação aos treinamentos in company é sua possibilidade de focar na aprendizagem ou potencialização de soft skills.
Importante! A empresa precisa avaliar cuidadosamente a escolha dos funcionários e a solicitação de que um curso, seja para a mudança de área ou para o aperfeiçoamento (upskilling) seja feito.
Não é ideal que cursos sejam uma imposição ao trabalhador porque, quando esta é a situação, há chances de que a empresa tenha um funcionário que não vai se comprometer com os estudos passando pelo reskilling. Algo que não é positivo para nenhuma das partes.
Ainda, é preciso se atentar para questões legais. Cursos, treinamentos, palestras e outros recursos de aprendizagem, quando obrigatórios, devem acontecer no horário de trabalho ou resultar no pagamento de horas extras.
Além disso, flexibilizações podem se fazer necessárias para que o profissional dê conta de suas tarefas diárias e dos estudos;
4. Considere programas de mentoria
Outra estratégia para a aplicação do reskilling é a criação de programas de mentoria que se baseia na relação entre os funcionários da empresa.
Você já deve saber que o mentoring é comumente usado para que jovens talentos, sejam estagiários ou trainees, se desenvolvam profissionalmente, absorvendo conhecimento técnico e também a cultura da empresa.
Esse mesmo princípio pode ser válido para o reskilling considerando que um profissional que já atua em determinada área pode ser uma das melhores referências para outro que está em processo de migração de área em sua carreira.
Com isso, o funcionário em reskilling não só aprende questões técnicas de sua nova atuação, como as aprende sob a ótica da empresa, ou seja, considerando suas rotinas e processos próprios.
O papel do RH no reskilling
Agora que você sabe não só o que significa reskilling e qual a sua importância, mas também quais caminhos a seguir para adotar esse conceito na gestão de pessoas, vamos repassar o papel do RH nessa história.
O RH tem diferentes responsabilidades no sucesso do reskilling, mas é bom lembrar que trata-se de uma metodologia que depende, sobretudo do aval das gestão e precisa contar com o envolvimento das lideranças. Assim, o setor pode:
- Conscientizar os tomadores de decisão da empresa quanto ao que é reskilling, qual sua importância e benefícios;
- Contribuir para a criação e difusão da cultura de aprendizagem contínua;
- Orientar lideranças e também realizar avaliações para identificar potenciais “candidatos” ao reskilling, com base nas necessidades da empresa e no perfil dos profissionais;
- Auxiliar no processo de coleta de feedbacks dos funcionários sobre sua relação com o trabalho e os rumos para a sua carreira;
- Contribuir para o desenvolvimento dos programas de reskilling, definição de estratégias e avaliação de resultados.
É bom lembrar que a cultura de aprendizagem é algo que deve sempre fazer parte da empresa. Como pertencente a essa cultura, o reskilling também deve receber atenção contínua para que a empresa esteja atenta a novas necessidades de mudança e também aos resultados das alterações já realizadas.
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Conteúdo Original Blog Tangerino